A farmacêutica EMS comunicou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid que faturou no último ano 20 vezes mais com a venda de hidroxicloroquina do que no ano anterior, antes da pandemia de Covid-19. O faturamento da empresa só com o medicamento foi de R$ 20,9 milhões.
O padrão de crescimento também se manteve com outras drogas atribuídas ao “kit Covid”, que inclui o vermífugo ivermectina e o antibiótico azitromicina.
A soma com a venda de ivermectina, ineficaz contra o novo coronavírus, saltou de R$ 2,2 milhões para R$ 71,1 milhões desde o início da pandemia no Brasil.
De acordo com a Folha de S. Paulo, os documentos enviados à CPI pela EMS mostram que a farmacêutica produziu 9 vezes mais comprimidos dos remédios do ‘kit Covid’ do que em outros anos.
O presidente Jair Bolsonaro estimulou o uso de cloroquina, inclusive em uma aposta como “tratamento precoce” contra a doença, que não apenas se comprovou cientificamente ineficaz, como pode trazer sérios riscos à saúde de quem utiliza sem acompanhamento médico devido e exames cardíacos.
No ofício, a farmacêutica acrescenta que apoiou estudos que testaram o uso da hidroxicloroquina, entre eles o do New England Journal of Medicine, que “concluiu que o uso de hidroxicloroquina, sozinha ou associada com azitromicina, não mostrou efeito favorável na evolução clínica de pacientes adultos hospitalizados com formas leves ou moderadas de Covid-19”.
Quarto ministro do governo Bolsonaro na pandemia, Marcelo Queiroga admitiu que o uso destes remédios influenciou “muito pouco” no enfrentamento da pandemia, e se resumiu a dizer que o uso do medicamento ainda é uma divergência na área médica.