São 17.083 estabelecimentos da agricultura familiar no território Litoral Sul, o que representa 73% do total de estabelecimentos rurais na região. A robustez da agricultura familiar na região, atualmente, é possível devido ao suporte financeiro de mais de R$ 133 milhões, do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), o que gerou uma dinamização significativa da economia nos municípios, como comenta o secretário da SDR, Jeandro Ribeiro.
“A maioria dos municípios deste território tem a mesma característica: possuem entre 30 mil e 33 mil habitantes e dependem quase que exclusivamente dos repasses constitucionais, dos pagamentos previdenciários e da atividade agropecuária. Então, o governador Rui Costa quando aposta em fazer esses investimentos na agricultura familiar, ele está, na realidade, aquecendo a economia dos municípios. Somando todas as intervenções, em assistência técnica, regularização fundiária, com o projeto Bahia Produtiva e a requalificação de mercados, a estratégia aquece a atividade econômica nesses municípios, a partir do rural, do que está sendo produzido para o comércio em geral”.
O destaque na requalificação dos mercados tem motivos. Dos 26 municípios do território, 18 tiveram seus mercados construídos, requalificados ou estão em fase de execução. São, no total, mais de R$ 16,8 milhões já investidos nos shoppings a céu aberto da agricultura familiar, promovendo condições sanitárias favoráveis à comercialização, facilitando o acesso da população aos produtos do campo.
Em Camacã, por exemplo, além do mercado municipal da sede, a Feira Livre do distrito de São João do Panelinha também foi requalificada, com investimentos da ordem de R$ 509 mil. “É um equipamento de bastante relevância e a obra ficou bacana, com iluminação excelente e drenagem. Assim, teremos mais qualidade de vida para os nossos feirantes trabalharem de forma digna”, comemorou na oportunidade o prefeito de Camacã, Paulo Cezar Bonfim, conhecido como Paulo do Gás.
No município de Jussari, as obras de requalificação, inclusive, começaram nesta semana. O prefeito de Jussari e presidente do Consórcio Intermunicipal da Mata Atlântica (CIMA), Antônio Valete, destacou a importância do empreendimento. “Toda a sociedade de Jussari e todos os feirantes que dependem desse espaço vão poder comercializar os seus produtos oriundos da agricultura familiar, que é forte no município”.
As mudanças com a requalificação dos mercados é motivo de alegria e satisfação para os agricultores e agricultoras familiares. No distrito de São João do Paraíso, em Mascote, a reforma do mercado municipal melhorou a vida da agricultora Aude Pereira Duarte, feirante de hortaliças há mais de 20 anos. “Melhorou 100%, pois quando chovia trabalhávamos na lama, arrastando as coisas, com o guarda-chuva aberto. Não tinha barraca e eu trazia uma mesa de casa para colocar os produtos. Para a gente que vive dessa luta é uma maravilha trabalhar em um lugar mais organizado”.
A reforma foi realizada na cobertura da área da feira livre e nos quiosques, o que irá permitir a comercialização de produtos de forma segura e higiênica, melhorando a qualidade de vida das famílias do distrito e fortalecendo o comércio local.
Cacau
Para falar do Litoral Sul, as atividades ligadas ao beneficiamento do cacau também estão a todo vapor. A agricultura familiar garante, cada vez mais, espaços nos mercados, graças aos investimentos do Governo do Estado.
Uma das histórias de sucesso é a da liderança feminina da Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia (Coopessba), Carine Assunção, do município de Ilhéus. Hoje, a marca Natucoa tem três lojas próprias, comercializa no mercado estadual e nacional e lançou, inclusive, novos itens este ano, como produtos voltados ao público infantil com barras de 80g nos sabores cacau com banana, cacau com cupuaçu e cacau com jaca e o produto 100% cacau e vegano, comercializado em uma caixa de 140 gramas com o nome: 7 Doses do Fruto Sagrado. Carine ressalta a importância do incentivo de R$ 2,5 milhões do projeto Bahia Produtiva.
“O projeto [Bahia Produtiva] foi muito importante para nós. Ele contempla toda a base produtiva do cacau, fortalecendo também a marca, com qualidade no mercado. Isso mostra como o Governo do Estado está fortalecendo a nossa região e a produção de cacau”.
Na Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Salgado e Adjacências (Coopfesba), localizado no município de Ibicaraí, que possui a primeira agroindústria de fabricação de chocolate da agricultura familiar do Brasil, os queridinhos da clientela são os deliciosos produtos entre 35% a 75% cacau, produtos com nibs, café, licuri e o cacau em pó. Os itens fizeram sucesso inclusive na I Feira Nordestina da Agricultura Familiar, realizada neste mês de junho, em Natal. “Fizemos vendas além da expectativa e ainda recebemos propostas de parcerias para revenda em atacado. Os clientes amaram nosso chocolate fino de origem, por ser uma novidade em Natal”, comentou o representante comercial da Coopfesba, Josivaldo Dias.
Além de todos esses avanços nas cooperativas e associações, a parceria do Governo do Estado com os consórcios públicos territoriais também está em franca expansão. Com o Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Litoral Sul (CDS Litoral Sul) são R$ 3,1 milhões conveniados, e com o Consórcio Intermunicipal da Mata Atlântica (CIMA) são mais de R$ 3,6 milhões para impulsionar tanto a produção de cacau como a de leite, mandioca, mel e ovos de galinha caipira.