Decisão foi tomada na manhã desta terça-feira (16)
Após mais uma rodada de negociação, os rodoviários e empresários não conseguiram chegar a um acordo e uma nova reunião vai acontecer na próxima sexta-feira (19), às 10h. A categoria está em estado de greve, mas os ônibus continuam rodando.
A decisão foi tomada na manhã desta terça-feira (16), durante reunião na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, no bairro do Comércio. O encontro entre trabalhadores e patrões teve momentos de discussões acaloradas.
“O desejo dos trabalhadores nunca foi fazer greve, a gente fez aquela paralisação de alerta. A gente busca uma proposta que contemple a categoria. Caso sexta-feira não aconteça isso, aí pode ter uma greve. O desejo dos trabalhadores não é fazer greve”, disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo.
As empresas de ônibus acreditam que podem chegar a um acordo na próxima reunião. “São vários assuntos para serem discutidos. Adiou o processo de negociação para a sexta-feira. E aí sexta-feira, eu acho que vão aparecer propostas na mesa. A gente apenas elaborou as suas dificuldades”, disse Jorge Castro, representante da Integra. Ele explica que a redução de passageiros é o principal entrave para atender as reivindicações dos trabalhadores. “A economia está em crise e a queda de passageiros é grande. Estamos rodando com 32% abaixo de antes da pandemia”, completou.
A superintendente regional do Trabalho na Bahia, Fátima Freire, mediou o encontro e avaliou como positivo este primeiro dia. “Ao tomar posse, trouxe de imediato para superintendência essa mediação entre trabalhadores e representantes empresariais. A mesa de negociação foi instalada e foi aceita pelas partes. Existe a vontade de mediar e eu não tenho dúvidas de que vamos mediar a campanha salarial, para ser negociado e ser discutido”.
Estado de greve
Na quinta-feira (11), a categoria aprovou o estado de greve em duas assembleias realizadas na Estação da Lapa. Os rodoviários pedem um aumento de 10% no salário e no ticket de alimentação.
Além disso, a classe pleiteia o fim da compensação de horas. Hoje, quando um rodoviário faz hora extra, os empresários têm seis meses para pagar ou compensar com folga. O sindicato pede que as horas sejam pagas na folha do mês seguinte. Os rodoviários ainda solicitam também a desapropriação de terrenos da empresa CSN para arcar com rescisões de trabalhadores da classe.
O prefeito Bruno Reis comentou sobre a greve dos rodoviários durante a entrega de uma nova via, no Stiep, na manhã desta terça. Ele fez um apelo para que a paralisação fosse realizada. “O sindicato patronal quer pagar a inflação do período e os rodoviários querem receber acima da inflação do período. E a gente está vendo o que está ocorrendo no Brasil à fora, a crise que vive o transporte público, onde aquelas categorias que não chegaram a um entendimento ou acordo quando foram para o dissídio acabou pela Justiça do Trabalho decidindo pela inflação do período. Então, para evitar isso eu espero que eles façam um acordo”, disse.
Ele também relembrou que tentou mediar a negociação. “O que o prefeito pode fazer é, por um lado, pedir que os trabalhadores do transporte público, em especial pela crise que está vivendo, compreendam a dificuldade de dar qualquer reajuste acima da inflação. E por outro lado, os empresários se puderem fazer algum esforço, o mínimo que seja acima da inflação, que façam, mas efetivamente é esse o grande passo”.