Líder do governo na Câmara de Canavieiras teria ido à escola para acusar a professora
Uma acusação movimentou a Câmara Municipal de Canavieiras, nesta terça-feira, 21. Isso porque, de acordo com denúncias, o vereador Nizão da Oficina (PP) teria ido a uma escola municipal naquela manhã e intimidado a diretora da unidade.
Segundo as denúncias, realizadas pela professora Rosângela Cruz, diretora da Escola Municipal Benício Machado, o vereador foi à unidade escolar e a abordou de maneira agressiva, acusando-a de humilhar funcionários e também pais de alunos.
Ainda conforme a denúncia de Rosângela, o vereador teria gritado, lembrando seu posto de líder do governo na Câmara, visando intimidar a diretora, que passou mal e precisou de atendimento. Tudo teria acontecido na presença da coordenadora pedagógica da escola.
Em nota, a APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia) declarou apoio à diretora da escola e classificou a atitude do vereador como “calúnia” e “desacato”.
“Percebe-se claramente que o Vereador, com a atitude de ir à Escola, usou do cargo para tentar intimidar a Professora Rosângela com relatos falsos, já que não apresentou qualquer prova. E nem poderia apresentá-las, já que a Professora Rosângela Cruz é profissional de moral ilibada, que tem mais de 30 anos de serviço prestado à educação de Canavieiras”, disse a APLB.
Rosângela também ganhou o apoio da vereadora Isa Ramalho (PP), que contestou Nizão e lembrou de outras atitudes do colega que teriam demonstrado seu destempero.
“Conheço a Sra. Rosângela Cruz há mais de 30 anos e atesto sua idoneidade moral. Já sobre o vereador em questão, já tive o desprazer de presenciar nestes 3 anos e meio de convivência, diversas atitudes intempestivas, descontroladas e desrespeitosas, tanto nesta Casa [a Câmara] quanto em outros ambientes”, declarou Isa Ramalho.
O outro lado
Também questionado pelo Portal A TARDE, o vereador Nizão da Oficina contou a sua versão da história. Segundo ele, não houve tentativa de intimidação, mas sim a realização de seu papel de fiscalizador.
“O vereador é um fiscalizador. Eu recebi uma denúncia de um funcionário que ela estaria perseguindo. Ela é indicação da vereadora Isa Ramalho e aí, quando um vereador indica outro funcionário, fica aquela picuinha de perseguir o indicado do outro vereador. Eu fui lá conversar com ela, na maior humildade, como fiscalizador e líder de governo”, declarou Nizão.
“Nós estamos na mesma barca e nós temos que estar unidos. Não adianta ficar perseguindo. Nós temos direitos iguais. Aí ela se alterou comigo. E eu avisei que, se ela continuasse perseguindo, eu iria denunciar. Estava fazendo o meu papel, em horário de trabalho. É um direito meu fiscalizar. Mulher, eu respeito demais.”, continuou o vereador.
Nizão ainda contou que chegou a ser procurado pelo filho da diretora, que teria inclusive ido com uma arma de fogo na escola, à procura dele.
“Quando eu levantei, ela se alterou. Quando eu saí, o filho dela chegou armado no colégio, com um 38 na mão, me procurando. Mas eu não estava mais lá. Me acharam depois na rua 13 e houve um debate verbal. Achei que ela fez algo errado, envolvendo o filho dela na história. Mas foi só uma conversa, não foi briga, não foi nada”, concluiu.