Iniciativa busca resolver o problema experimentado por turistas e frequentadores soteropolitanos que não encontram sanitários
A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder) e o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) estão recuperando, em parceria, os sanitários públicos gratuitos do Pelourinho. A iniciativa busca resolver o problema experimentado por turistas e frequentadores soteropolitanos que não encontram sanitários – restaurantes e bares costumam cobrar entrada de visitantes sem consumo.
“Estamos reativando um sanitário que já existia em um imóvel do IPAC, na Rua Alaíde do Feijão (antiga Rua das Laranjeiras), mas que esteve fechado durante alguns anos”, explica o coordenador do Escritório da Conder no Centro Histórico de Salvador (CHS), arquiteto Zulu Araújo.
Esta é mais uma das ações realizadas pelo IPAC que tem como objetivo requalificar o CHS. “Como é um local com grande fluxo de pessoas, pensamos na reativação desses equipamentos com o intuito de oferecer mais estrutura para os turistas que visitam o Pelourinho, além dos comerciantes e moradores do local”, afirma Marcelo Lemos, diretor geral do IPAC.
A Conder entregará cinco sanitários reformados no imóvel. A Rua Alaíde do Feijão, onde estão os sanitários públicos é de fácil acesso e uma das mais movimentadas da área, ligando o maior estacionamento do Pelourinho ao Terreiro de Jesus. Nessa rua também ficam as sedes do Projeto Axé, da Escola Criativa e do Centro de Documentação e Memória do bloco Olodum, além do SESC.
Infraestrutura e turismo
A Conder não é a responsável legal por atuar na infraestrutura e conservação do Centro Histórico de Salvador, mas realiza ações pontuais há muitos anos no local devido à sua importância – tombado com Patrimônio Nacional pelo IPHAN em 1984 e chancelado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1985. Sanitários públicos gratuitos em Salvador são atribuição primeira da Prefeitura Municipal. “Mas percebemos a importância de um equipamento gratuito como este no Pelourinho e resolvemos contribuir”, completa Zulu Araújo.
Atualmente, no Pelourinho só existem sanitários gratuitos nos largos Tereza Batista, Pedro Archanjo e Quincas Berro D’Água, mas só são acessíveis ao público quando há programação no local. Segundo Zulu, a publicação ‘Estudos da Demanda Turística do CHS’ feita pelo Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), aponta que um total de 4,4 milhões pessoas já visitavam Salvador em 2017. “Por isso é imprescindível ter equipamentos de apoio como esses principalmente no Pelourinho, um dos lugares mais procurados pelos turistas”, detalha o coordenador do escritório do Centro Antigo da Conder.
Rua Alaíde do Feijão: séculos de existência
A Rua Alaíde do Feijão, antiga Rua das Laranjeiras, onde estão os sanitários em processo de reforma pela Conder/IPAC, tem cerca de 400 anos. Há registros, a exemplo da ‘Planta da Cidade do Salvador de J.T. Albernaz’ do ano de 1605. confirmando que ela já existia desde o século XVII. “O conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico do CHS é um dos mais importantes exemplares do urbanismo ultramarino português, com imóveis de arquitetura religiosa, civil e militar construídos do século XVI até o século XIX”, conclui Zulu Araújo.
A Conder também pinta as fachadas dos imóveis do Pelourinho e do bairro do Santo Antônio, este último onde também requalificou 17 mil m² de ruas e calçadas com granito e pedras portuguesas, além do rebaixamento subterrâneo da fiação elétrica e telefônica. Foi a Conder que também construiu o edifício garagem da Rua das Laranjeiras, requalificou a Rua Chile, promoveu projetos de habitação, além de melhorias prediais no casario.
Cinco novos sanitários reformados serão entregues –