A falta de oportunidade no mercado de trabalho tem sido um dos principais desafios enfrentados pelos travestis e transexuais. O assunto foi discutido nesta segunda-feira (20), em um encontro realizado pelo Governo da Bahia, através da Secretaria de Direitos Humanos, da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), que contou com a participação da Superintendência de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos (SUDH) e o Projeto Oportunizar- Ação Nacional de Empregabilidade para Pessoas Trans. O encontro apresentou diversas propostas para serem abordados no mês da visibilidade Trans, celebrado em janeiro.
Entre as ações, foram discutidos a realização de uma campanha institucional para incentivar os setores públicos e privados a contratação de pessoas trans e travestis, debates e audiências públicas para conscientizar a população sobre a importância de combater o preconceito e ampliar a oferta em qualificação profissional.
Para o superintendente de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos da SJDHDS, Jones Carvalho, “é necessário incentivar a qualificação profissional e a sociedade precisa criar mecanismos para reduzir os danos e acolher melhor essa população vítima de violência e preconceito”.
Ele ressalta ainda que a parceria com outros órgãos do Governo do Estado como a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), SineBahia, o Casarão, mantido pela SJDHDS, e outras entidades serão importantes para avançar no debate com sociedade sobre a empregabilidade ao público Trans e transexuais. Além disso, a proposta pode incluir ações que visam incentivar a alfabetização de jovens e adultos e evitar a evasão escolar.
De acordo com coordenador de Políticas LBGT da SJDHDS, Kaio Macedo, debater o tema vai possibilitar dar visibilidade à causa e criar uma agenda de discussões. “Vamos pensar em uma agenda. É importante que a gente alinhe a proposta junto com a Setre”, ressaltou Macedo.
“O projeto Oportunizar firmou uma importante parceria com a SJDHDS para construir oportunidades de inserção do segmento de Travestis e Transexuais ao mercado de Trabalho por entender as dificuldades de exclusão do segmento nos ambientes corporativos”, afirmou a coordenadora regional do Projeto Oportunizar- Ação Nacional de Empregabilidade para Pessoas Trans, Paulett Furacão.
Oportunizar
Vinculado à Rede Trans Brasil, a iniciativa visa identificar e incentivar ações para reduzir o desemprego na comunidade LGBTQUIA+, focado em pessoas trans e travestis. Segundo os dados apresentados pela Rede Trans Brasil, entre os anos de 2017 e 2020, 82% da população de mulheres travestis e transexuais sobrevivem economicamente através do trabalho sexual. Cerca de 10 capitais brasileiras: Belém (PA), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AM), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Salvador (BA) e Vitória (ES) já abrangem o projeto. Em Salvador, a ação foi implantada há sete meses.