Ex-ministro da Cidadania de Jair Bolsonaro (PL) e pré-candidato ao governo da Bahia, João Roma (PL) ironizou o ex-aliado ACM Neto (UB) pelo uso do nome do avô, o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, para “alavancar” sua campanha no interior do estado.
Durante sabatina realizada pelo UOL e Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira (23), Roma disse que a liderança de Neto nas pesquisas se deve à avaliação de sua gestão na prefeitura da capital baiana e do “recall” do nome, mas afirmou que a eleição do estado não está descolada do cenário nacional e que o povo quer um líder político com posições claras.
“Tem um recall do nome do avô, que ele tentou, inclusive, algumas vezes, não colocar. Inclusive, quando foi candidato a prefeito. Mas hoje até música do passado ele buscou resgatar para que isso lhe sirva de alavanca. Pelo recall da sigla ACM pelo interior do estado”, declarou o pré-candidato, em referência ao icônico jingle “ACM, meu amor”, de autoria de Gerônimo Santana e Vevé Calazans, usado pelo avô do ex-prefeito nos anos 1990. Apesar da estratégia do adversário, Roma avalia, no entanto, que as pessoas “já estão começando a enxergar o descaminho que ele está adotando, se colocando como sendo nem carne, nem peixe, sem saber exatamente o que quer para o futuro da Bahia”.
Questionado sobre a qualidade da administração de Neto, da qual fez parte, Roma admitiu a boa avaliação do oponente, mas destacou sua própria atuação na prefeitura de Salvador. “Eu disse que a administração transformou a realidade das pessoas da cidade de Salvador, que estava em frangalhos. Foi muito importante naquele momento, onde não teve um mais dedicado do que eu durante todo esse momento, que pôde sim trabalhar para poder organizar a cidade, me dedicar com todo meu afinco pra que essas coisas todas pudessem acontecer”, disse João Roma.
O ex-ministro ponderou, entretanto, que a população baiana não procura por “um administrador apenas”, mas sim “alguém que possa ser de fato um líder político”. A crítica se dá por conta da postura errática de ACM Neto, que tenta se apresentar como um candidato independente, descolado de Bolsonaro e de Lula (PT). “E ele está dando sinais de anti liderança. Porque mais importante as vezes do que dizer pra onde devemos ir, é mostrar quais são os descaminhos. E se ele admite estar ao lado do PT, eu não admito”, defendeu o pré-candidato do PL. “As pessoas querem sim que os líderes políticos coloquem com clareza suas opções”, acrescentou.
“O que é importante colocar agora é que eu permaneço no meu mesmo quadrante, fazendo oposição ao PT. E assim como persisti durante toda a minha vida, colocando com clareza o que eu acredito para o futuro do Brasil. Então, tem muita gente que por conveniência eleitoral tem justamente buscado dissimular suas posições do que acredita para o futuro do Brasil, querendo claramente iludir o eleitor”, concluiu Roma, em referência a Neto.