Presidente da ALBA fez as críticas na cerimônia de encerramento das festividades do centenário do professor João Fernandes da Cunha
“Num instante em que o presidente da República retira recursos do bem maior de qualquer nação, que é a educação, da pesquisa, das universidades, homens como João Fernandes da Cunha fazem muita falta; e instituições como a Fundação JFC merecem todo nosso apoio. Se ainda estivesse entre nós, certamente estaria muito triste com o que acontece com o país, ele que lutou tanto pela educação”.
A declaração do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA , deputado Adolfo Menezes (PSD), foi dada durante solenidade que celebrou os 30 anos da Fundação João Fernandes da Cunha e o encerramento das festividades do centenário de nascimento do seu instituidor, na noite de ontem (14.06), na sede da fundação, na Praça do Campo Grande.
Presidente do Legislativo estadual foi uma das três personalidades agraciadas com a Medalha do Mérito Professor João Fernandes da Cunha, juntamente com o comandante-geral da PM, coronel Paulo José Coutinho e do administrador da Igreja de Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia, padre Renato Minho Figueiredo Filho, concedida àqueles que contribuem para o desenvolvimento da cultura no Estado. A distinção foi entregue pelo presidente da fundação, Silvoney Sales.
Na mesma cerimônia, Adolfo Menezes conduziu a sessão especial itinerante da Alba, que outorgou a Comenda 2 de Julho – mais elevada honraria do Legislativo baiano -, ao Professor João Fernandes da Cunha (em memória).
O proponente foi o deputado Luciano Simões Filho (UB), que fez a entrega do título à filha do homenageado e vice-presidente da fundação, Zenaide Sento-Sé Fernandes da Cunha Almeida. Parlamentar exaltou o trabalho da instituição e a vida profissional “desse gigante homem”.
CONCENTRAÇÃO
Adolfo Menezes, em discurso às autoridades civis, militares e religiosas, no lotado auditório Waldméa Sento-Sé Fernandes da Cunha, elogiou a formação do fundador da instituição, ocorrida em 1992, em Economia, Jornalismo e Ciências Contábeis. Assim como sua participação na reforma universitária da Universidade Federal da Bahia, nas décadas de 1970 e 1980.
“João Fernandes da Cunha continua vivo. Deixou uma obra viva, plantou a eternidade de sua memória em ações pela educação e o bem social. Não pensou na própria riqueza, mas na prosperidade de sua aldeia”, disse, ressaltando sua origem na Fazenda Tapera, no Vale do Rio Salitre, em Juazeiro.
Ao citar a enorme contribuição de João Fernandes da Cunha na criação de instituições financeiras públicas na Bahia, visando ao desenvolvimento econômico do Estado e a promoção de políticas públicas, como o Banco do Nordeste e o Banco de Fomento do Estado da Bahia (depois Baneb), Adolfo Menezes atacou duramente a escorcha dos bancos privados à população.
“A concentração financeira exercida pelos bancos no Brasil, com os seus juros escorchantes, tem que ser enfrentada, sob pena de nunca sairmos do atoleiro econômico-social em que nos encontramos”, exortou, o chefe da Alba.
Solenidade contou ainda com o lançamento do livro biográfico Lições de Mestre, que conta a vida do homenageado, escrito pela jornalista Cátia Borges, e que leva o Selo do Programa Alba Cultural.