Apenas 940 pessoas na capital baiana se vacinaram com o imunizante da Pfizer no primeiro dia da campanha
A aplicação da vacina bivalente da Pfizer contra a Covid-19 teve início na última quinta-feira, 27. No entanto, apenas 940 pessoas em Salvador se vacinaram e a baixa adesão no primeiro dia da campanha preocupa.
“A bivalente é importante não só para evitar o aumento do número de casos, internamento e óbitos, mas também para que possamos manter a doença sob controle. Com o dia se encerrando apenas com 940 doses aplicadas, podemos dizer que a adesão foi abaixo do esperado”, explica a coordenadora de imunização de Salvador, Doiane Lemos.
Em Salvador, a imunização com a bivalente começou com os pessoas acima de 80 anos – além de imunocomprometidos, quilombolas, pessoas assistidas em instituições de longa permanência com 12 anos ou mais, e os respectivos trabalhadores destes centros de acolhimento. Pelo Brasil, a campanha teve início vacinando os com 70 anos ou mais, e a razão disso, informou a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), se deve ao quantitativo de imunizantes enviados pelo Ministério da Saúde (MS).
Cerca de 1,2 milhão de doses do imunizante destinadas à Bahia foram distribuídas para os municípios conforme critério populacional e Salvador recebeu 105.688 doses, informou a SMS, sendo que a população de 70 a 79 anos é superior a 128 mil pessoas. Com isso, a vacinação deste público será iniciada após envio de novo lote de imunizantes. A partir daí, a ampliação dos grupos prioritários será de forma escalonada, mas poderá ser antecipada de acordo com a disponibilidade dos imunizantes e da situação epidemiológica.
Quem não perdeu tempo foi a aposentada Maria Auxiliadora, 81 anos, que acompanhada da sobrinha, foi no 5º Centro de Saúde Clementino Fraga. “Não canso de dizer que se vacinar é super importante, não só contra Covid-19, mas também as tantas outras vacinas que temos disponíveis. E eu bem sei a importância dessa imunização, pois quando só tinha tomado as duas primeiras doses, fui infectada e tudo que senti, mesmo na minha idade, foram sintomas leves. Tudo por causa da vacinação”, conta.
Ao contrário dela, outros 5.994.902 baianos estão com o esquema vacinal atrasado ou nem mesmo iniciaram a vacinação contra a Covid-19: 1.012.580 baianos não tomaram sequer a 1ª dose, 914.814 estão com a 2ª dose em atraso, 2.808.349 não tomaram a 3º dose (1º reforço) e 1.233.260 não tomaram a 4ª dose (2º reforço), segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
A cuidadora de idosos Neide Mara, que foi levar um de seus pacientes – Carlos Alberto, 68 anos, e com comorbidades –, para se vacinar no 5º Centro de Saúde Clementino Fraga, afirma se assustar com o número de pessoas que ainda não na se vacinaram. “Não tem muito tempo, recebemos no lugar onde trabalho um senhor com quase 70 anos que não havia tomado nenhuma dose e o pior: na família dele tem profissional da saúde. É surreal o quanto ainda existem pessoas resistentes à vacina depois de tudo que vimos e passamos”, lamenta.
E vale lembrar: apesar da bivalente proteger contra mais de uma cepa (original e as sublinhagens BA.1 e BA.4/BA.5 da ômicron) e por isso ter uma maior efetividade na luta contra as variantes do coronavírus, para receber a vacina é preciso ter tomado pelo menos duas doses das vacinas anteriores e um intervalo de ao menos quatro meses da última dose tomada.
“Além disso, indivíduos acometidos por infecção causada por agentes infecciosos como gripe, por exemplo, podem iniciar o esquema com a bivalente após a melhora do quadro clínico. Aquelas com sintomas leves, moderados ou assintomática de Covid-19, podem iniciar ou dar seguimento à vacinação com a bivalente após quatro semanas do início dos sintomas ou diagnóstico. Já as com caso clínico grave de Covid-19 devem iniciar ou dar seguimento ao esquema vacinal com a bivalente após três meses do início dos sintomas ou diagnóstico”, explica Doiane Lemos.