“Por mim não teria. Em 2020, quando pouco se sabia sobre o vírus, eu declarei estado de emergência enquanto prefeitos e governadores decidiram fazer o Carnaval e o resultado foi 600 mil mortes. Mas a realização em 2022 é de competência dos prefeitos e governadores. Eles que decidem”, disse em entrevista à Rádio Sociedade na manhã desta quinta-feira (25).
A realização do Carnaval em 2022 na cidade de Salvador ainda é motivo de debates. O prefeito Bruno Reis tem adotado uma postura mais favorável. Nesta quarta (24), ele comentou com otimismo uma orientação da Fiocruz para que a festa seja realizada apenas quando 90% da população estiver vacinada.
“Nós estamos perto desses percentuais, se essa é a recomendação da Fiocruz, se tem essa segurança da Fiocruz, é uma sinalização muito positiva para realização do Carnaval. Já passamos da casa de 80% da população-alvo com a segunda dose e 15% da dose de reforço. Esse documento da Fiocruz acaba dando uma segurança para a tomada dessa decisão”, disse o prefeito.
Por outro lado, o governador Rui Costa é um grande opositor do evento. Ele já chegou a dar declarações que caso os prefeitos decidam realizar o Carnaval, o estado não fornecerá o apoio da Polícia Militar.
Baixa popularidade na Bahia
Na mesma entrevista, o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre sua baixa popularidade na Bahia. Uma pesquisa realizada em agosto deste ano pelo instituto Paraná Pesquisas mostra que a grande maioria do estado reprova o governo do conservador.
De acordo com os dados, 22,9% consideram o governo federal ótimo ou bom; 20% acham regular; 56% classificam a administração do capitão ruim ou péssima – 1,2 não sabe/não opinou. Desaprovam o governo Bolsonaro 62,7%, enquanto 32,7% aprovam – 4,6% não sabe/não opinou.
Bolsonaro disse que a culpa de sua rejeição no estado é da “grande mídia”, que, em sua visão, o ataca e veicula apenas notícias ruins a seu respeito.
“A gente sofre um ataque de parte da grande mídia 24 horas por dia. Não há boa notícia. Isso acontece pois não compramos mais a imprensa como se fazia no passado. Por exemplo, reduzimos em 80% o dinheiro repassado a uma grande emissora de televisão. Para reverter esse quadro de impopularidade, precisamos trabalhar para a população enxergar as ações do nosso governo”, disse à Rádio Sociedade.