De acordo com governador, o governo do estado conseguiu superar momentos ‘difíceis’
O governador Rui Costa (PT) realizou um balanço do seu governo na manhã desta terça-feira, 1, durante sessão solene de abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
De investimentos para combater a pandemia desde críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL), Rui Costa destacou que o governo do estado conseguiu superar momentos ‘difíceis’, como as fortes chuvas que atingiram a Bahia em 2021.
Segundo o governador, investimentos na saúde anteriores à pandemia foram fundamentais para mitigar os efeitos do novo coronavírus no estado, e agradeceu seu padrinho político e candidato ao governo da Bahia, senador Jaques Wagner (PT), a quem atribuiu parte do êxito nos esforços.
“Estamos enfrentando o grande desafio da pandemia do Covid-19. Já vínhamos investindo fortemente na área da saúde, o que nos facilitou expandir a rede e responder mais rapidamente às demandas provenientes da pandemia.”, disse o governador, que prometeu que a estrutura implantada no estado vai permanecer em funcionamento após a pandemia.
“Ao final do nosso mandato, estaremos com 26 policlínicas regionais em funcionamento. Um investimento de R$ 814 milhões com recursos do Governo do Estado. Já construímos e implantamos 23 dessas unidades. Todas elas dispõem de equipamentos tão ou mais modernos que os da rede particular.”, endossou Rui.
De acordo com o governador, esses investimentos permitiram a expansão da capacidade de leitos, serviços e atendimentos para enfrentar os momentos “mais difíceis” da pandemia da Covid-19. “Eles nos ajudaram a manter a 2ª menor taxa de mortalidade do país.”, destacou.
“Hoje, podemos nos orgulhar de sermos o 2º estado brasileiro em volume de investimento público, atrás apenas de São Paulo – que tem uma arrecadação sete vezes maior que a nossa. Mas somos o 1º lugar do país em volume de investimentos em saúde.”, afirmou.
Chuvas na Bahia
Rui classificou as fortes chuvas que atingiram o estado como uma das ‘maiores tragédias climáticas e ambientais da história da Bahia’ e prestou condolência às famílias das vítimas. Segundo o governador, o estado agiu ‘imediatamente’ no combate aos efeitos da tragédia.
“Montamos núcleos de apoio logístico em Itabuna, Itapetinga, Itamaraju, Ipiaú, Ilhéus e Santa Inês, onde estão sendo recebidas as ajudas e, de lá, distribuídas para os municípios da região.”, e prosseguiu:
“Desde o período das chuvas até agora, já entregamos, com o apoio dos parlamentares baianos, 140 ambulâncias e a meta é destinar pelo menos um veículo novo para cada um dos municípios que sofreram com as cheias.”.
“De imediato, compramos e também recebemos doações de colchões e eletrodomésticos, que distribuímos para as famílias mais fragilizadas. Mas vamos continuar ao lado das pessoas que precisam do nosso socorro.”, continuou.
Segundo o governador, o estado já disponibilizou contratos de empréstimos de até R$ 150 mil, com juros zero, aos comerciantes atingidos pelas chuvas no Extremo Sul e nas demais regiões. “Também iniciamos a reconstrução de estruturas inteiras. Em parceria com os prefeitos, vamos recuperar pavimentações urbanas, estradas vicinais e pontes, começando pelas prioritárias.”, disse.
Governo Bolsonaro
Para Rui, o governo federal criou uma série de obstáculos para aquisição de imunizantes contra a Covid-19, dentre eles a vacina russa Sputnik V, com a qual o governo do estado havia assinado um convênio de aquisição, mas que foi frustrado por decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Sempre esteve muito claro que a saída da pandemia dependia do acesso da população às vacinas. Vocês todos se lembram das dificuldades que enfrentamos por causa do posicionamento ideológico e anticientífico do Governo Federal e dos seus órgãos.”, disse.
“Não é à toa que o Brasil está entre os países com os piores desempenhos econômicos e sociais, além de estampar um altíssimo número de mortes por Covid-19, e isso se deve a esse comportamento sádico (do governo federal) na condução da pandemia.”, completou.
O governador afirmou que o país enfrenta um “drama gigantesco” com Bolsonaro e asseclas no Poder. Para o petista, a origem dos problemas atuais do Brasil se iniciaram com o “processo de golpe” contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), destituída em 2016. “De lá para cá, a nação não se encontrou mais.”, lamentou.
“Os posicionamentos espantosos do Governo Federal impactam negativamente a economia e a vida de todos. A completa ausência de respeito e de diplomacia, somada às constantes ameaças ao ambiente democrático, à Suprema Corte e ao processo eleitoral criam um sentimento de enorme insegurança jurídica e institucional”, defendeu.
“Esse vácuo de governabilidade provocou o aumento do número de pessoas pobres e extremamente pobres no país inteiro, inclusive aqui, na Bahia. Diante desse caos, voltamos a integrar o Mapa da Fome, que já atinge mais de 7,5 milhões de brasileiros, segundo os organismos internacionais”, reforçou o petista.
Esperança
Rui pregou “valores da esperança” contra os que “conduzem nosso país”. O Brasil, segundo o governador, “é muito maior do que esse sentimento de ódio que alguns teimam em propagar”, e completa: “Somos maiores do que esse pensamento escravocrata e desumano, que reproduz a exclusão social.”
O governador se disse esperançoso com o futuro o país, apesar dos problemas. “Nunca estive mais esperançoso como agora, apesar de toda as vicissitudes e turbulências pelas quais passa a cena política do Brasil. Talvez, até por causa desse momento tenebroso que vivemos, surge em mim essa disposição de pensar no futuro do nosso país como algo promissor.”