A Polícia Federal prendeu Cafu Barreto, ex-prefeito de Ibititá, na região da Chapada Diamantina, durante a operação
A operação, que foi realizada pela Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU), cumpre 31 mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão temporária e dois mandados de afastamento de cargo público em sete municípios baianos: Irecê, Ibititá, João Dourado, Uibaí, Salvador, Lapão e Camaçari.
A organização criminosa (ORCRIM) alvo da operação denominada Rochedo, estabelecida na microrregião de Irecê, era formada por empresários, agentes públicos, advogado, contadores e “laranjas” e desviou mais de R$ 7 milhões durante as gestões de Cafu Barreto, que esteve a frente da gestão do município por dois mandatos: 2013/2016 e 2017/2020.
Desvios de verba
No período de 2013 a 2020, o governo federal repassou vultosos recursos para o município de Ibititá/BA oriundos do PNATE (Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar), do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), contratos de repasse, pagamento de parcela dos “precatórios do FUNDEF” (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), bem como recursos destinados ao combate da pandemia de COVID-19.
As investigações revelaram que a ORCRIM se apropriou de grande parte desses recursos por meio de licitações fraudulentas, superfaturamento de contratos e lavagem de dinheiro. No período de 2013 a 2016, uma única empresa de construção civil firmou 15 contratos superfaturados com o Município no valor global de R$ 11 milhões. Essa mesma empresa, no mesmo período, repassou parte significativa desses valores para empresas constituídas em nome de “laranjas” do ex-gestor.
No que se refere à gestão de 2017 a 2020, o município fez uso de verbas oriundas dos “precatórios do FUNDEF”, do FUNDEB e do PNATE para contratar irregularmente 3 empresas de um mesmo grupo familiar e ligadas ao antigo gestor municipal. Apurou-se que a ORCRIM lavou os recursos desviados: (i) injetando capital em empresas de fachada controladas pelo ex-gestor, (ii) pagando as despesas pessoais dele e (iii) comprando veículos e imóveis para “laranjas” a ele vinculados.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, fraude a licitações, superfaturamento de contratos, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.
Confira a nota de Cafu Barreto na íntegra:
“Recebi hoje (5) cedo, na minha residência, agentes da PF em uma ação que investiga processos licitatórios, no município de Ibititá, em minha gestão.
O Inquérito, em tramitação desde 2017, apura supostos desvios de recursos dos precatórios do FUNDEF.
Durante a busca e apreensão, foi encontrada uma espingarda, e devido a apreensão da arma, houve detenção em flagrante, para averiguação e esclarecimentos.
A abordagem dos agentes foi tranquila, e assim gostaria de informar que nossa pré-campanha segue firme!
Em tempo, estamos com o apoio irrestrito do nosso partido, amigos e sociedade!
Confiamos irrestritamente na justiça, e acreditamos que após a apuração dos fatos tudo será esclarecido e demonstrado que os processos aconteceram dentro da legalidade”.
, deflagrada nessa quinta-feira (5), que investiga fraude nos processos licitatórios do município.
Cafu, que é pré-candidato a deputado estadual pelo PSD, contou em suas redes sociais que foi alvo de um mandado de busca e apreensão em sua casa. No local, os policias encontraram uma arma e, devido a apreensão, houve a prisão em flagrante do político.