Quarenta mil pessoas devem embarcar e desembarcar, diariamente, nas duas novas estações do novo trecho da Linha 1 do metrô de Salvador e Lauro de Freitas, localizadas depois do terminal de Pirajá. O percurso, em fase de conclusão, tem cerca de cinco quilômetros de extensão, que irão se juntar aos 33 quilômetros das 20 estações já existentes e integradas a oito terminais de ônibus. Ao todo, o sistema, implantado em 2014, terá capacidade para transportar mais de 800 mil passageiros por dia — atualmente, pode chegar a meio milhão.
A primeira estação fica no bairro de Campinas de Pirajá, nas imediações da Brasilgás, e a segunda, em Águas Claras, no ponto de encontro da Avenida 29 de Março com a BR-324. O trecho dispõe de um Terminal de Integração ao lado da Estação Campinas de Pirajá e de um Terminal de Integração de Ônibus Urbano e Metropolitano em Águas Claras, além de uma passarela em cada uma delas. A Estação Águas Claras também dará acesso à nova rodoviária da capital baiana. O investimento total é R$ 635 milhões.
Nessa segunda-feira (26), foi realizada uma viagem-teste no novo trecho, que, segundo o diretor-presidente da Companhia de Transportes da Bahia (CTB), Eduardo Copello, deve ser entregue até o fim deste ano. “Estamos ainda concluindo os serviços restantes, tanto das obras quanto das instalações. A previsão é que estejam concluídos no mês de dezembro, para, logo em seguida, serem entregues à concessionária CCR, que iniciará a fase final, com operação assistida, até chegar na operação comercial”, disse.
O terminal em Campinas de Pirajá, especificamente, vai ser benéfico para a analista de RH Telma Ferreira, de 55 anos, que mora no bairro do Cabula e, todos os dias, vai para o trabalho, em Pirajá, de metrô. “Eu salto na estação aqui, em Pirajá, e pego outro ônibus. Agora, eu vou saltar uma estação a mais, então, vai reduzir meu tempo de chegada ao trabalho”, contou. Já a faxineira Edelzuita dos Reis, 58, mora no bairro de Fazenda Grande II e não costuma utilizar o modal. Mas, agora, ela pretende adotá-lo com a chegada a Águas Claras. “Eu vou pegar, pra poder facilitar mais a minha vida, porque o metrô é mais rápido do que o ônibus. É bem mais válido pra gente”, avaliou.
Durante o evento, o governador Rui Costa (PT) revelou que o novo trecho faz parte de um projeto para a região que também inclui outras entregas, como a nova estação rodoviária. “Trata-se de um megaplanejamento feito, lá atrás, quando eu ainda era secretário. Abrimos um mapa enorme de Salvador na mesa e desenhamos como seria a transformação da mobilidade urbana na cidade. E iniciamos esse, que é o maior investimento entre as 26 capitais do Brasil. Foram R$ 10 bilhões aplicados na cidade em dez anos”, revelou.
Ainda de acordo com o governador, a rodoviária, que deve ser inaugurada até março do ano que vem, vai contar com um posto do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), uma policlínica e um complexo de lojas. “Já contratamos uma empresa que vai montar a rodoviária e o complexo de lojas. Ela vai construir 3 mil metros quadrados, para o governo implantar uma policlínica, a terceira de Salvador”, detalhou. Além disso, a entrega do sistema viário da região deve ficar para junho. “Requer vários viadutos que serão construídos, a duplicação daquele viaduto de Águas Claras e a colocação de mais alças de acesso. Isso aqui mudará totalmente o sistema viário, para requalificar o acesso a Cajazeiras, ao Subúrbio e à entrada da cidade.”
Outras ampliações
Rui Costa também anunciou que já foram feitos estudos que visam levar o metrô, de forma subterrânea, até os bairros do Campo Grande e da Barra, com prioridade para este primeiro. A execução, porém, ficaria sob responsabilidade das próximas gestões. “Nós temos, ali, um complexo habitacional de alto padrão e um complexo de serviços de educação e que demandam muita gente que mora nessa região ou na periferia da cidade”, justificou. “Hoje, essas pessoas saltam na Lapa, pra ainda pegar outro transporte pra chegar na Vitória, no Canela, no Garcia”, acrescentou.
Ainda sobre o assunto, o secretário estadual de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, disse que outra expansão pode acontecer em Lauro de Freitas. “Nós temos já, no contrato do metrô, um gatilho, que é quando atingir um determinado número de passageiros naquela estação de Lauro de Freitas, junto do aeroporto, aí, tem um gatilho indo mais na frente. Então, quando atingir esse movimento, começa a ampliação”, explicou.