Desde a madrugada de domingo (22), o semáforo do último retorno antes da Paralela, na Avenida 29 de Março, em Salvador, está quebrado. O que fez a Transalvador pôr barreiras para veículos na entrada do retorno e bloquear o trânsito enquanto agentes trabalham, sem interrupção, para reativar o semáforo que teve os cabos furtados por bandidos.
Uma intervenção que, infelizmente, já é comum no órgão. É que, só em 2022, a Transalvador gastou mais de R$ 1,6 milhão em reparos de equipamentos semafóricos que foram alvo de vandalismo ou furto em toda a cidade do Salvador. O número representa 20,6% de aumento em relação ao que tinha se registrado em 2021, quando o valor gasto para as mesmas intervenções foi de R$ 1,3 milhão.
“Tem material de furtos de fios que custa quase R$ 50 mil. Isso eles tiram em uma ação só”, conta um agente que trabalha para consertar o semáforo da 29 de Março, que segue parado. “É um recurso que sai do tesouro municipal ou do pagamento de autos de infração. […] Valores que fazem falta e não deveriam precisar ser investidos nessa questão”, diz Décio Martins, superintendente da Transalvador.
Transtorno no trânsito
Martins informa ainda que, ao longo de todo ano de 2022, foram registrados mais 140 casos como o que acontece na Av. 29 de Março. Interrupções no trânsito que prejudicam os cofres da gestão da municipal e também o dia a dia de quem precisa sair para trabalhar na cidade.
Gustavo Ferreira, 27 anos, sai de casa das Estrada Velha do Aeroporto para ir até Paripe, no Subúrbio Ferroviário, onde trabalha. Porém, a viagem nesta segunda-feira (23) foi mais demorada. É que o retorno interditado está na rota que ele pega rumo à BR-324, passando pelo entroncamento de Águas Claras.
“Como fechou lá, eu precisei seguir direto, pegar aquele trânsito mais carregado da Paralela e ir até o início da Av. Orlando Gomes, onde fiz o retorno. Sem trânsito, era uns cinco minutos, mas estava carregado e atrasei uns 15 minutos no trabalho”, conta ela.
Martins informa ainda que, ao longo de todo ano de 2022, foram registrados mais 140 casos como o que acontece na Av. 29 de Março. Interrupções no trânsito que prejudicam os cofres da gestão da municipal e também o dia a dia de quem precisa sair para trabalhar na cidade.
Gustavo Ferreira, 27 anos, sai de casa das Estrada Velha do Aeroporto para ir até Paripe, no Subúrbio Ferroviário, onde trabalha. Porém, a viagem nesta segunda-feira (23) foi mais demorada. É que o retorno interditado está na rota que ele pega rumo à BR-324, passando pelo entroncamento de Águas Claras.
“Como fechou lá, eu precisei seguir direto, pegar aquele trânsito mais carregado da Paralela e ir até o início da Av. Orlando Gomes, onde fiz o retorno. Sem trânsito, era uns cinco minutos, mas estava carregado e atrasei uns 15 minutos no trabalho”, conta ela.
Além do prejuízo para a rotina dos soteropolitanos, o vandalismo contra esses equipamentos reduz a possibilidade de implantação de políticas públicas voltadas para uma melhora no trânsito. Décio Martins explica que os valores investidos no reparo poderiam intensificar ainda mais as ações de prevenção da Transalvador.
“É um valor que poderia, por exemplo, ser investido na educação de trânsito, algo que queremos dar mais foco na nossa gestão. É algo que salva vidas e evita acidentes”, diz ele, informando que, apesar das ações de reparo serem imediatas, um semáforo pode levar até dois dias para voltar a funcionar.
Crescimento geral
Não são só os semáforos que estão sofrendo com alta de furtos. Em 2022, a Coelba registrou mais de 1.400 ocorrências provocadas pela prática criminosa na Bahia. Os registros representam um aumento de 21% em relação a 2021, crescimento quase idêntico ao que se vê nos equipamentos semafóricos de Salvador. Para a distribuidora de energia, essas ações são consideradas os “principais ofensores externos” à sua operação.
Até por isso, a Coelba passou a utilizar equipes de inteligência para mapear os locais com reincidência, substituindo as caixas da rede subterrânea. A distribuidora conta, ainda, com o apoio da Secretaria de Segurança Pública, que formou o Comitê de Combate ao Furto de Cabo de Cobre no Estado da Bahia. A ação integrada busca identificar e prender tanto quem furta como quem recebe os cabos de cobre.
Isso para pôr fim em um aumento de ocorrências que fez, em 2022, cerca de 2.500 equipes precisaram ser acionadas para trabalhar em situações de roubo de fiação. Mais do que um problema para a empresa, a atividade criminosa implica em um alto risco para quem a pratica, já que os bandidos não têm o conhecimento necessário para lidar com a rede.
“O furto de cabos é realizado por pessoas não capacitadas e autorizadas, podendo ocasionar um acidente grave – e até fatal, com quem pratica o ato e com as pessoas ao redor”, escreve a Coelba, que cita ainda os prejuízos à iluminação pública já que, com as ruas às escuras, há um aumento na sensação de insegurança.
Para denunciar práticas do tipo, os baianos têm à disposição um canal gratuito e anônimo, o 181 da Secretaria de Segurança Pública.