O valor da tarifa de transporte público dentro do município de Alagoinhas, no interior da Bahia, foi reajustado pela prefeitura local. A medida foi publicada na edição da última sexta-feira, 24 de fevereiro, no Diário Oficial da cidade. A nova tarifa do transporte coletivo urbano foi fixada em R$ 4,10 para o transporte convencional e o transporte especial de passageiros, com veículos tipo micro-ônibus.
Segundo a prefeitura, o reajuste acontece após ser levado em consideração os contratos de concessão de serviço público de transporte firmados com as operadoras, os quais preconizam um reajuste anual, com base nos índices da inflação acumulada, aumento do valor do combustível, e, após estudo tarifário que detalha os custos do sistema, garantindo o equilíbrio financeiro e a manutenção da oferta do serviço.
“O reajuste foi baseado no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e ficou abaixo do reajuste do salário mínimo. Assim, o novo valor é um meio termo para atender o equilíbrio financeiro das empresas e não onerar ainda mais o custo de vida do trabalhador”, pontuou o sub-procurador jurídico do município, Hilton Ribeiro.
O reajuste desagradou a população e criou levantes de organizações sociais na cidade. A Juventude Socialista do PDT (JSPDT), junto ao Movimento Popular da Juventude (MPJ) e a União da Juventude Comunista (UJC) uniram forças para se mobilizar contra a medida considerada inconcebível pelas três organizações políticas.
“A realidade em que se encontra hoje o sistema de transporte público de Alagoinhas, viola a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU) quando o atual preço da tarifa e ônibus que quebram frequentemente nas ruas da cidade, conforme relata e registra a população, mostram-se incapazes de fornecer um serviço sustentável (tanto socioeconomicamente quanto ambientalmente), seguro e com modicidade tarifária”, dizem as entidades, em nota.
“Além disso, o recente aumento da tarifa torna o custo para o povo um dos mais altos da região quando comparado com valores de tarifas de outros municípios nordestinos, a exemplo das grandes capitais como Salvador, Natal e Maceió”, completa o comunicado, assinado por João Senna, presidente da JSPDT em Alagoinhas.
As três organizações pediram, via ofício, a revogação do decreto que determinou o aumento no valor da tarifa.