Minuta do projeto foi protocolada na Câmara Municipal (CMS) pelo Observatório da Mobilidade Urbana de Salvador (ObMob)
Mesmo se colocando “a favor” da proposta de tarifa zero nos ônibus, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) não vê a ideia como exequível na capital baiana. Isso porque, segundo o chefe do Palácio Thomé de Souza, a cidade “não tem condições de pagar essa conta”.
“Sou a favor. Agora tem que ver quem é que vai pagar a conta, o município de Salvador que já coloca R$ 206 milhões não têm condições de pagar essa conta”, afirmou nesta terça-feira (25), após a inauguração da UPA infantil Vale dos Barris, na Avenida Centenário.
Um dos motivos que impede a gestão municipal de garantir a tarifa zero, segundo Reis, são os custos gerados pelo serviço. O município, de acordo com ele, tem uma despesa anual de R$ 1 bi com os transportes públicos, o qual mantém um subsídio para assegurar a tarifa de R$ 5,20, considerada a quarta mais cara do Brasil e a primeira do Nordeste.
“Hoje, se a gente for pegar os custos do sistema de transporte de Salvador é de R$ 1 bilhão. A prefeitura que tem que investir 25% na educação, pelo menos 15% na saúde, tem a folha dos servidores, não tem disponível R$ 1 bilhão de reais para pagar o transporte público”, acrescentou.
O gestor ainda afirmou que se houver promessas no sentido de implantar a tarifa zero na capital baiana será “mentira”, pois a prefeitura “não tem como, nos seus cofres públicos, disponível R$ 1 bilhão para custear o transporte público”.
A minuta da tarifa zero dos ônibus foi protocolada na Câmara Municipal de Salvador (CMS), na sexta-feira (21), pelo Observatório da Mobilidade Urbana de Salvador (ObMob). A proposta foi recepcionada pelos vereadores Augusto Vasconcelos (PCdoB) e Edvaldo Brito (PSD). A iniciativa da entidade vai além da capital baiana e também acontece nos estados de Belo Horizonte, Campinas-SP, João Pessoa, Manaus, São Gonçalo-RJ, São Paulo e Rio de Janeiro.