Em sua estreia, nesta quinta-feira (2), a primeira edição do Panorama da Música da Bahia (Pamba) levou para os palcos do Largo Quincas Berro d’Água e da Praça Tereza Batista, no Pelourinho, artistas contemporâneos da cena musical do estado. O evento realizado pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult), através do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), será realizado até sábado (4) com atrações para todos os gostos, ocupando o Pelourinho, no Centro Histórico da capital baiana.
Após um longo período de restrições, em decorrência da pandemia, o festival promove o retorno do público ao Centro Histórico, com uma programação que reúne 20 apresentações musicais, com o objetivo de fomentar um intercâmbio cultural entre artistas de diferentes origens da Bahia, dando-lhes protagonismo. Para o coordenador de Música da Funceb, Ricardo Rosa, o festival reúne a diversidade de ritmos e gêneros da Bahia. “É um recorte muito interessante da nova música, e da música que vem se mantendo como contemporânea, nesse espaço de tempo, retornando depois de um momento mais traumático da pandemia. O Pamba promove esse encontro para a gente se reconhecer e construir articulações em rede, dentro do estado”, afirma Rosa.
Na abertura dos shows, o público acompanhou animado a apresentação de Ana Barroso. A artista natural de Vitória da Conquista se diz feliz e honrada com sua participação no festival. “A gente, que é artista independente, participa de todo o processo, desde a documentação, e é maravilhoso poder perceber que nosso som é acolhido, porque merece estar em um palco maior, no Pelourinho. Para mim, que venho do interior, estar ocupando esse espaço representa muito símbolos. Já assisti grandes nomes nesse palco. É muito importante estar aqui. Acho que todo artista merece ter essa oportunidade”, declarou a cantora, que torce por mais mobilizações desse tipo.
Fã do trabalho autoral da artista, a produtora belga, que mora na Bahia há 22 anos, Maria Orfinger, dançou e cantou durante todo o show, celebrando a participação da artista no Pamba. “Ana Barroso é uma das compositoras da nova geração que me surpreende. Ela é muito criativa, maravilhosa, traz muitos ritmos maravilhosos”, afirmou Maria, que está animada para as apresentações do festival e promete ir a todos os dias, se a chuva não atrapalhar. Na estreia, também subiram ao palco do Largo Quincas Berro d’Água os cantores Andrea Martins e Mateus Aleluia Filho. Já na Praça Tereza Batista, o público curtiu os sons de Cangaço, Igor Gnomo e Enio |X| Kafé.
Além das apresentações musicais, o Pamba traz atividades formativas que compõem a programação desta sexta-feira (3), com a Palestra Circulação Artística – Desafios e Soluções, ministrada por Vince de Mira, além da Mesa Redonda – Festivais Independentes, com mediação de Ricardo Rosa. “Queremos fazer com que essa galera se encontre, se reconheça e crie oportunidades de negócio, oportunidades de circulação, faça com que esse artista cresça cada vez mais dentro do estado e estabeleça seu protagonismo para seu público e os demais, da capital e do interior”, acrescenta Rosa.
A diretora do CCPI também comemorou a qualidade dos artistas e o retorno do público ao Pelourinho para prestigiar o Pamba. “Nós tivemos uma quantidade imensa de excelentes artistas inscritos com muitos trabalhos legais, e tentamos abraçar ao máximo essa diversidade. Para a gente, tem sido muito bacana esse momento da retomada, esse momento em que a gente percebe o movimento dos artistas que estavam de alguma forma buscando essa oportunidade. Hoje, o Governo do Estado da Bahia vem através dessas iniciativas proporcionar esse encontro. E a gente está aqui para fortalecer e consolidar essas parcerias, para que tenham sempre outras tantas iniciativas como o Pamba”.
Gratuito e aberto ao público, o Panorama da Música da Bahia está em consonância com o Plano Nacional de Cultura, instituído pela Lei 12.343/2010, especialmente com os objetivos consignados em seu artigo 2º. A realização do Pamba atende, especificamente, às metas nº 10, 24, 25 e 28, do Plano Nacional de Cultura.