Para alunos em dúvidas sobre o que fazer após o ensino médio ou aqueles com problemas de relacionamento, uma equipe pedagógica atua para dar mais qualidade a vida do estudante na escola
O ensino médio representa para os estudantes um enorme desafio. A entrada de novas matérias, medo do futuro e conversas sobre o início da vida profissional são algumas questões que, em alguns desses alunos, geram medo, ansiedade e insegurança.
Nesse processo, é fundamental um olhar de atenção e cuidado, com discussões que permitam ao aluno mais qualidade de vida dentro do ambiente escolar. Para citar um exemplo, o período de isolamento por conta da pandemia atrapalhou muitos estudantes no processo de aprendizagem, concentração e interação com colegas.
Para cuidar dessas e outras questões, que envolvem saúde mental, o Colégio Cândido Portinari conta com a atuação do Serviço de Orientação Educacional (SOE), um grupo de trabalho que oferece por determinado período serviço de orientação educacional para indivíduos, grupos e turmas, que os auxiliam no processo de autoconhecimento.
A Orientadora da 1ª e 3ª série do ensino médio, Soraya Bahia, detalha que semanalmente esse grupo, formado por cinco orientadoras pedagógicas da instituição, se reúnem para discussões. As pautas são tiradas de observações feitas durante as aulas, através dos próprios alunos ou de questões trazidas pelos responsáveis dos estudantes.
“Como trabalho no ensino médio, noto que a orientação vocacional é uma demanda constante entre os estudantes que estão nessa série. Muitos estão com dúvidas sobre qual área seguir e essa questão os deixam inseguros. Aí aplicamos toda a nossa filosofia humanista de abordagem psicanalítica, de ouvir, entender o que está acontecendo e orientar. Afinal, ‘é na fratura dos discursos que vamos descobrindo o sujeito'”, explica a professora.
Especificamente sobre essa questão, o SOE criou o Fórum de Informação Profissional, que está a caminho da 24ª edição e será realizada no mês de maio, com datas a definir. Nesse projeto, dentro de uma programação semanal, profissionais das mais diversas áreas vão até esses estudantes conversar, esclarecer todas as dúvidas sobre a profissão no qual ele exerce.
“Esse é um dos principais cases do nosso departamento. Pois, em muitos casos, convidamos ex-alunos da instituição para participarem. E nesse processo todos eles são tranquilizados, pois entendemos ser fundamental esse bate-papo direto com o profissional que ele ou ela deseja ser”.
Além do vocacional
Para os alunos que necessitam de outros cuidados, o SOE também se mostra presente. Aos estudantes com crises de ansiedade, insegurança, fobias e pânico, a equipe atua promovendo atividades e dinâmicas que possibilitem a troca entre alunos. Margarida Serrão, orientadora pedagógica do Colégio Portinari, esclarece que dentro de um espaço dirigido, resultados positivos são obtidos.
“Fora da sala precisamos pensar atividades que podem possibilitar uma expressão mais próxima da verdade de cada um. Precisamos proporcionar espaços que não sejam só ‘obrigatórios’, mas voltados para os ambientes sociais e familiares, que permitam que as diferenças apareçam. Por essa razão, a arte se credencia como uma das melhores atividades, pois permite que cada sujeito encontre seu canal de expressão, independente se é a dança, pintura, canto ou teatro”, explica.
Margarida ainda esclarece que outra atividade exitosa é a roda de conversa, aquela promovida sem a obrigação de se chegar a alguma conclusão. “Todos os presentes, num número limitado, dialogam ao redor de um tema. Nessa roda, do mais tímido ao mais desinibido, todos vão ter o seu momento para opinar, com a garantia que ninguém vai concordar ou discordar. Isso ocorre, pois o objetivo não é o convencimento, e sim conhecer de que lugar o outro fala, qual a sua perspectiva. É um caminho para a boa convivência”.