A reunião entre o Sindicato dos Rodoviários e representantes de empresários do setor nesta segunda-feira (22) se encerrou sem acordo. Um novo encontro foi marcado para as 11h desta terça. A categoria marcou greve de ônibus para a quinta-feira (25).
“Acho que nossa rodada de negociação de hoje foi muito grande. Não fechamos a negociação, mas evoluímos, e a evolução só existe onde há credibilidade entre as partes”, disse a procurada Fátima Freire, superintendente regional do trabalho na Bahia,.que ajudou a mediar o encontro.
A pauta do Sindicato dos Rodoviários tem 15 itens de solicitação. A superintendência trouxe uma nova proposta hoje com nove itens: aumento cobrindo inflação mais ganho real; o ticket refeição deve ser reajustado em percentual maior que a inflação mais ganho real; fim da compensação de horas da forma que existe hoje; disponibilidade de espelho de ponto da jornada de trabalho individual do trabalhador; renovação da CNH paga pela empresa; franquia em caso de avaria ou acidente, com teto de R$ 2 mil; proposta negociada para jornada parcial; mais um ônibus e outro veículo para a escolinha que ajuda na capacitação dos rodoviários; e folga no dia do aniversário do empregado.
Já a Integra fez uma contraproposta de reajuste salarial de 1,98%. Com relação aos outros itens, o sindicato patronal diz que nesse momento não vai negociar.
Jorge Castro, representante da Integra, diz que os itens propostos pela superintendente não têm as “mínimas condições” de serem atendidos. “Improvável, impossível, da gente atender qualquer item dos que foram propostos”, disse ele após a reunião. “Não vamos conceder nem os 15 dos trabalhadores, nem a proposta dela, por absoluta impossibilidade”. Os únicos pontos negociáveis, segundo ele, são o reajuste salarial e a questão da compensação de horas.
Fábio Primo, presidente do Sindicato dos Rodoviários, disse que a categoria vai aguardar, mas a greve está mantida. “Uma pauta que a gente já reduziu pela metade, para negociar a gente aceita essa intervenção da superintendência, vamos aguardar se amanhã vão fazer alguma proposta, porque a gente não considera o que trouxeram hoje como proposta”, disse. “Mais ou menos 50% da inflação, uma proposta que não contempla a categoria, a gente não aceita essa proposta. A greve está mantida para quinta-feira”, disse.”Chegamos ao limite do limite. A gente tinha uma proposta de quase 30 itens, reduzimos para 15, agora tem uma da superintendência com 9. A gente chegou ao nosso limite”. Primo pediu que o prefeito Bruno Reis e o secretário de Mobilidade Fabrizzio Muller se envolvam mais na negociação.
Caso a greve aconteça, 30% da frota de ônibus deve rodar em Salvador, só com o motorista e catraca livre.