Patrocínios e outros investimentos são atravessados pelo racismo estrutural
Durante a reabertura do Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (Muncab), no Centro Histórico de Salvador, nesta segunda-feira (6), o secretário e Cultura e Turismo da capital, Pedro Tourinho, comentou sobre as dificuldades para conseguir patrocínio e outros investimentos quando o projeto é para promover a cultura negra.
“Existe uma resistência. Existe o preconceito. Existe o racismo institucional gigante que faz com que essas instituições de pessoas pretas e para pessoas pretas sejam invisibilizadas no mercado de investimentos como um todo. As grandes fundações do país são de grandes famílias brancas, e isso acaba deixando tudo um pouco mais difícil, e historicamente isso não é novidade”, afirmou.
ourinho contou que o Município tem adotado estratégias para atrair mais investimentos e que a promoção e disseminação da Cultura Afro é um dos principais objetivos da pasta. Ele também comentou sobre a reabertura do Muncab e destacou que o espaço tem obras de artistas plásticos conhecidos, como Caribé, Pierre Verger, Agnaldo Silva, Yêda Maria e J. Cunha, mas que também vai incentivar a produção de artistas jovens.
“É a primeira etapa de um projeto ambicioso que é ter, em Salvador, o maior museu de cultura negra das Américas. Isso é um sonho de muitos anos, de muitas pessoas, são 20 anos de luta e de trabalho para que esse espaço se estabeleça. A gente fica muito feliz em reabrir esse espaço e com uma exposição tão linda de Ana Maria Gonçalves e em parceria com o Museu de Arte do Rio de Janeiro, e adaptada com artistas baianos”, afirmou.
Ele frisou que tem acervos de cultura negra pelo Brasil buscando espaços para exposições e que o Muncab entra agora na lista de opções. O museu foi reaberto com festa. Até março, ele vai abrigar a exposição Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, sempre das 10h às 17h, de terça a domingo. Fica na Rua das Vassouras, no Centro Histórico.